Não te entendo....O que via ela em mim? Porque me olhava assim?
Perdi já horas a olhar-me no espelho, procurando algo que me fizesse especial, diferente, talvez até atraente. Mas não. Nada. Sempre o mesmo corpo, desajeitado, rendendo-se à gravidade e ao tempo. Nada que pudesse atrair. Por isso, às vezes julgava que ela se divertia comigo. Porquê eu? Que tinha de especial? Nada. Nem tão pouco me achava charmoso, como ela me chamara.
Ela, pelo contrario, não sucumbira ao tempo. Não, o tempo fizera-lhe bem. Sentia-se que tinha amadurecido. Como um vinho que se revelou encorpado e macio, mas levemente adstringente. Exibia segurança, serenidade. E isso tornava-a ainda mais excitante. Meu deus! Esta mulher desperta-me do torpor! A sua essência entra-me pelos poros! Entranha-se em mim!
- Pede um Gin para mim. – pediu quase em sussurro. E eu pedi. Obediente. Transpirava por todos os lados. Sentia-me pegajoso e desconfortável dentro da roupa. Ela, pelo contrário, parecia fresca, resplandecente. Estava linda! Decerto, fizera já praia. Estava bem morena. Com um decote sugestivo. Excitante. Tenho vontade de a agarrar, de lhe calar as palavras com um beijo. Mas não tenho coragem. Só desejo. Nunca a beijei. Não sei a que sabe a sua boca. Mas imagino que saiba a paixão. Os meus, talvez saibam a sofreguidão. Porque é assim que me sinto. Sôfrego. Sedento.
Peço mais um Gin, para mim também, enquanto ela fala trivialidades. É até estranho que fale assim, coisas sem interesse. É uma mulher inteligente. Interessante. E, ainda assim, passa horas a falar de coisas que não me interessam. Coisas que não desejo ouvir. É como se soubesse. Mas me quisesse exasperar, sugar toda a minha paciência. Se calhar, é isso mesmo. Quer ver até onde me aguento. Mas eu vou aguentar sempre. Para sempre.
(fragmentos de "Por acaso...")
Perdi já horas a olhar-me no espelho, procurando algo que me fizesse especial, diferente, talvez até atraente. Mas não. Nada. Sempre o mesmo corpo, desajeitado, rendendo-se à gravidade e ao tempo. Nada que pudesse atrair. Por isso, às vezes julgava que ela se divertia comigo. Porquê eu? Que tinha de especial? Nada. Nem tão pouco me achava charmoso, como ela me chamara.
Ela, pelo contrario, não sucumbira ao tempo. Não, o tempo fizera-lhe bem. Sentia-se que tinha amadurecido. Como um vinho que se revelou encorpado e macio, mas levemente adstringente. Exibia segurança, serenidade. E isso tornava-a ainda mais excitante. Meu deus! Esta mulher desperta-me do torpor! A sua essência entra-me pelos poros! Entranha-se em mim!
- Pede um Gin para mim. – pediu quase em sussurro. E eu pedi. Obediente. Transpirava por todos os lados. Sentia-me pegajoso e desconfortável dentro da roupa. Ela, pelo contrário, parecia fresca, resplandecente. Estava linda! Decerto, fizera já praia. Estava bem morena. Com um decote sugestivo. Excitante. Tenho vontade de a agarrar, de lhe calar as palavras com um beijo. Mas não tenho coragem. Só desejo. Nunca a beijei. Não sei a que sabe a sua boca. Mas imagino que saiba a paixão. Os meus, talvez saibam a sofreguidão. Porque é assim que me sinto. Sôfrego. Sedento.
Peço mais um Gin, para mim também, enquanto ela fala trivialidades. É até estranho que fale assim, coisas sem interesse. É uma mulher inteligente. Interessante. E, ainda assim, passa horas a falar de coisas que não me interessam. Coisas que não desejo ouvir. É como se soubesse. Mas me quisesse exasperar, sugar toda a minha paciência. Se calhar, é isso mesmo. Quer ver até onde me aguento. Mas eu vou aguentar sempre. Para sempre.
(fragmentos de "Por acaso...")
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