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segunda-feira, março 29, 2004

Não te quero ver. Não te quero ler.
Irrita-me a tua existência.
Incomoda-me a tua insistência.
Palavras ditas ao vento.
Inúteis. Sonantes.
Cheias de tudo e de nada.
Repetidas, dia após dia.
Mas sem vontade de mudar.
De que serve a palavra sentida
Se não quer ser diferente?
Se não quer mudar algo?
Que importa o que dizes hoje,
Se o podes repetir até ao fim da vida
Sem que nada possa ou deva mudar?
Que me importam palavras assim?
Para quê perder tempo?