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segunda-feira, novembro 13, 2006

Havia vida para além das tuas palavras. E também dos meus pensamentos. Mas não conseguia esquecer. Não podia simplesmente desligar. E ficar ali a ouvir-te. Fixava o olhar num ponto qualquer e ali ficava, quieta. Absorta em mim. O que preocupava? Nada. Tudo. Se me tivesses perguntado em que pensava não te saberia responder. Na minha cabeça bailavam pensamentos, discorriam raciocínios. Sobre mim, sobre ti e de novo sobre mim. O que gosto, o que me incomoda. A vida e o comodismo a que me habituei. Como vês, nada. E tudo. Por isso o meu olhar as vezes entristece. Os dias vão passando, embora as horas se arrastem, demasiado lentas. Passa um, depois outro e no fim, passou já tanto tempo. E a mim, parece-me que nada mudou durante todo esse tempo. Parece-me que todos os dias são iguais em sim mesmos. Não muda nada. Noutros dias, os melhores, escondo a tristeza dos meus olhos e concentro-me. Digo para mim mesma que hoje vai ser diferente. E por isso, tento. E por isso, finjo. Sorrio para todos. Tento levantar o olhar do chão. Falo sorrindo. E todos acreditam. E não me questionam. E chego ao fim do dia (ao fim de umas horas) cansada de distribuir sorrisos. Esgotada de fingir o que não tenho. E por fim, escondo-me na escuridão da noite, no descanso fingido, para deixar então que se solte a alma. E que possa desamarrar-se. E chorar e sofrer sem que ninguém veja. Sem que ninguém desconfie. Sem que alguém me incomode. Posso, enfim, descansar. Até de mim.

1 Comments:

  • At 10:04 da tarde, Blogger Liv said…

    Adorei o blog... e principalmente este texto... gostaria de colocar em meu blog se me permite!
    Parabéns!

     

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