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segunda-feira, julho 14, 2003

A felicidade é uma coisa estranha...
Das palavras que se escrevem fica sempre o sabor da tristeza, da saudade.
Saudades de quê? De nada! Do que não se viveu, do que se sonhou!
Encontrar rastos de verdade, de correspondência é tarefa impossível.
Mas será que acreditam? Serão capazes de acreditar que o pensamento tem uma dimensão maior que eu?
Que tem memórias de outras vidas, de outras dores e amores?
Acreditará quem me ler, que a memória não me diz?
Acreditará que esta saudade não é minha?
De quem será, então?
Não sei. Não são esses os porquês que busco.
Não me interessa saber quem repousa na saudade doce da memória de uma vida que alguém viveu.
Interessa-me o pensamento, a capacidade de sentir.
De saber até onde se pode sentir, quanto se pode sentir.
Serei eu capaz de ultrapassar os limites do imaginável e sentir para além da dor?
Serei eu capaz de ultrapassar a vida e ter saudades para além da memória?
Terei eu a memória de amar para além da realidade vivida?
Estranho...
Os espaços de liberdade do pensamento diminuem, comprimem-se quando se tentam por em palavras...