Sara
Filho...
São os teus olhos que surgem por detras das palavras que agora leio.
Filho, era uma menina. Tinha os mesmos dois anos de vida que tu. Talvez mesmo a tua traquinice. Mas, filho...a Sara quando chegava à creche não corria para mostrar um brinquedo novo como tu. As notícias dizem que chegava e pedia pão. A Sara também tinha fome, filho. Fome de pão. Fome de amor...
Leio nas notícias que a Sara morreu. E morreu triste, acho...
E são os teus olhos, filho, que me surgem para além dsas letras e me fitam. E me perguntam porque estou triste também.
Porque me doi a alma de imaginar que alguem possa maltratar um menino como tu, bater-lhe, dar-lhe pontapés e murros...
Sabes filho, todos os meninos precisam de miminhos, de se rirem, de brincarem, de abraços e beijinhos.
Fico muito triste quando vejo que a vida é vil, odiosa para tantos meninos.
Sabes um dia, eras bebe e dava-te de mamar e na televisão passava a imagem de uma mãe com um bebe ao colo pequenino como tu. Ele chorava porque tinha fome e porque aquele peito estava seco...E aquela mãe olhava triste para o bebe. Com uma tristeza profunda e quieta. E eu olhei para ti, limpinho e cheiroso, feliz a mamar e rompi a chorar. Porque podias ser tu. Porque não aguentaria se fosses tu...E também porque nada podia fazer.
Ainda hoje há quem não entenda porque fico triste...
Filho...ainda bem que a maldade do mundo ainda passa longe de ti.
Sabes, gostaria que um dia pudessemos dividir as coisas boas com outros meninos. Poder partilhar afectos com os meninos que não tem. Sem ficarmos tristes...
São os teus olhos que surgem por detras das palavras que agora leio.
Filho, era uma menina. Tinha os mesmos dois anos de vida que tu. Talvez mesmo a tua traquinice. Mas, filho...a Sara quando chegava à creche não corria para mostrar um brinquedo novo como tu. As notícias dizem que chegava e pedia pão. A Sara também tinha fome, filho. Fome de pão. Fome de amor...
Leio nas notícias que a Sara morreu. E morreu triste, acho...
E são os teus olhos, filho, que me surgem para além dsas letras e me fitam. E me perguntam porque estou triste também.
Porque me doi a alma de imaginar que alguem possa maltratar um menino como tu, bater-lhe, dar-lhe pontapés e murros...
Sabes filho, todos os meninos precisam de miminhos, de se rirem, de brincarem, de abraços e beijinhos.
Fico muito triste quando vejo que a vida é vil, odiosa para tantos meninos.
Sabes um dia, eras bebe e dava-te de mamar e na televisão passava a imagem de uma mãe com um bebe ao colo pequenino como tu. Ele chorava porque tinha fome e porque aquele peito estava seco...E aquela mãe olhava triste para o bebe. Com uma tristeza profunda e quieta. E eu olhei para ti, limpinho e cheiroso, feliz a mamar e rompi a chorar. Porque podias ser tu. Porque não aguentaria se fosses tu...E também porque nada podia fazer.
Ainda hoje há quem não entenda porque fico triste...
Filho...ainda bem que a maldade do mundo ainda passa longe de ti.
Sabes, gostaria que um dia pudessemos dividir as coisas boas com outros meninos. Poder partilhar afectos com os meninos que não tem. Sem ficarmos tristes...
1 Comments:
At 11:24 da manhã, Lilith said…
Pois... vão-se tornando tão comuns noticias de crianças abusadas e mortas violentamente por aqueles que os deveriam proteger. Não sei onde se pode ir buscar dentro do ser humano tanta crueldade, maldade, instintos assassinos para se cometer tais actos contra crianças indefesas. Mas cada vez mais me convenço que é dentro da família que a violência impera num grau inimaginável.
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