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sexta-feira, novembro 21, 2003

Não, Mário, não estás só!
Tens contigo uma multidão que bebe, sedenta as tuas palavras!
Não só as que publicas no Vivaz, mas todas as outras que vais espalhando pelo país.
São muitos os precisam da tua ternura para respirarem, da tua força para caminharem.
Eu, da tua loucura! Para continuar feliz!
Por vezes a vida, os acasos, entregam-nos presentes inesperados. E, enquanto cuidadosamente os vamos desembrulhando, vamos largando sorrisos, espreitando raios de beleza.
Assim é com o Alma Portuguesa!
Invistam um pouco do vosso tempo a ler as suas palavras, pois como diz o seu autor, " A poesia é, à falta de melhor, o treino da afectividade, o construir da atitude heróica que distingue os que voam dos que marcham. Coragem, afecto, entrega, sofrimento e felicidade: é esse o destino da liberdade. É por esse caminho que a espécie quer avançar."

Obrigada aos que de mim esperam novas palavras, novas asas para voar!

quinta-feira, novembro 20, 2003

BOM DIA!

Espanta-me, em verdade, o que fizemos, tu e eu
Até nos amarmos? Não estaríamos ainda criados,
E, infantilmente, sorvíamos rústicos prazeres?
Ou ressonávamos na cova dos Sete Santos Adormecidos?
Assim era. Salvo este, todos os prazeres são fantasia.
Se alguma vez qualquer beleza eu de facto vi,
desejei e obtive, não foi senão um sonho de ti.

E agora, bom dia às nossas almas que acordam,
E que, por medo, uma à outra se não contemplam;
Porque Amor todo o amor de outras visões influencia
E transformaum pequeno quarto numa imensidão.
Deixa que os descobridores partam para novos mundos,
E que aos outros os mapa-mundos sobre mundos mostrem.
Tenhamos nós um só, porque cada um possui, e é um mundo.

A minha face nos teus olhos, e a tua nos meus, aparecem,
Que os corações veros e simples nas faces se desenham;
Onde poderemos encontrar dois melhores hemisférios,
Sem o agudo Norte, nem o declinado Oeste?
Só morre o que não foi proporcionalmente misturado,
E se nossos dois amores são um, ou tu e eu nos amamos
Tão igualmente que nenhum abranda, nenhum pode morrer.

John Donne (1572-1631)