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sexta-feira, janeiro 05, 2007

Despertar

Apetece-me deslizar as minhas mãos pelo lençol. Descobrir-te. E ficar a olhar-te, na tua nudez. Vulnerável. Inconsciente de sensualidade. Despojado de vontade. Mas disponível. Inteiro. Sem que o saibas, a visão do teu corpo assim, adormecido, oferecido, excita-me. Dá-me vontade de lhe tocar. De o acordar desse sono profundo. De te ver surpreendido. De te permitir misturar o sonho com o prazer que me apetece dar-te. Sem que tenhas de te ater em nenhuma realidade. Sem que precises de abrir os olhos. Como se despertasses dentro de um sonho. Como se o teu corpo não pertencesse ao teu pensamento. E no entanto, sentes. Sentes mas não controlas. Não sabes se sonhas. Sentes as minhas mãos. A minha pele. Desejas. Desejas na dimensão do sonho. Liberto. E eu quero-te assim. Sôfrego. Sem outras vontades que não seja o prazer que te quero dar. Livre de pensar. De querer. E, sim, quero-te. Nessa dimensão. Porque te quero poder tocar – também eu – sem pensar, sem imaginar. Sem sentir mais nada. Como se também o meu corpo estivesse fora de mim, fora do meu pensamento. Como se nada mais fizesse sentido além daquele instante. Daquele momento em que te sinto. Em que o meu corpo entra no teu. E o teu no meu. Em que não existe mais nada. Apenas volúpia. Mãos. Desejo. Pele. Prazer. Fusão.
Apetece-me acordar-te…