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quinta-feira, julho 26, 2007

GET A LITTLE CRAZY!!!

A vida passa devagar por estas paragens.
A planície alentejana, ardendo nos seus quarenta graus tem destas coisas....
A vida passa devagar, como devagar são todos os nossos gestos e movimentos.
Mas o tempo, esse corre! E pesa!
Parece até contradição, a vida passar devagar e o tempo a correr, vergando-nos os ombros à sua passagem.
Mas assim é. Inevitavelmente.
Descobrir-me lúcida no meio deste movimento/não-movimento alucinante, é uma alegria!
E...apesar de em vésperas de Nelly Furtado, apetece-me Seal e a nostalgia da sua voz, das suas musicas.
" We're never gonna survive, unless... we get a little crazy"
E é mesmo!
É realmente!
E nem me interessa desvendar o resto da letra.
Gosto assim mesmo, com o que apreendi na primeira vez e o que de seguida construi, imaginado e sentindo.
Hoje, quando ouço, a minha atenção prende-se apenas no ritmo e nesta frase. Porque aqui se concentra tudo. Desde o lema desvendado e imprescindível, até ao ritmo que deve encadear os passos...
Mas a Nelly canta amanhã e os meus dois irmãos vão lá estar. A trabalhar. E a gostar, espero eu.
E eu pensarei neles e em como gostaria de com eles estar!

Escuto

Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus

Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita

Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco

(Poema de Sophia Andresen)

Eu não diria melhor...

sexta-feira, julho 13, 2007

Não existo

Não existo para além do vazio que ocupo quando a solidão invade.
Não existo nos lugares, nos outros, nas existências físicas e quotidianas.
Tão pouco existo como matéria palpável, perene e até mesmo fungível.
Não existo para lá dos desenhos, das palavras desencontradas, dos relampejos sentimentais desconexos.

segunda-feira, julho 09, 2007

Deste-me uma flor!

Ofereceste-me uma flor.
E passei a manhã a saborear o seu perfume.
Sabe-me a doce…
Doce perfume de corpo adormecido.
Como se pudesse continuar a ter-te pela manhã
Como pela noite tive.
Sabe-me a sonho adormecido, ainda…
Ofereceste-me uma flor.
Apanhada num qualquer jardim.
Demoradamente escolhida.
E eu, sonhei contigo pela manhã fora.
Imaginando o teu sorriso
O toque suave da tua boca…
Ofereceste-me uma flor!

sexta-feira, julho 06, 2007

Afinal...

Acompanhas-me nestes percursos de dor. Silencioso. Mas por vezes sei-te demasiado distante. Porque não te sinto. Nesses momentos, percebo que não estás para sempre. Que nada é para sempre. Só esta dor. Não são palavras que me dizes. São sorrisos de olhos desencontrados. Desencantados. Nada é para sempre. E nesses momentos, sei que também o sabes. E que tardas em me contar. Porque amas ainda a lembrança do meu sorriso. Aquele que há muito não te ofereço. Não porque não te ame mais. Porque sabes que os meus sorrisos me são dolorosos. Tardas em me contar. Porque sabes que te direi que o amor não é como as outras coisas. O amor fica para sempre…
23 de Março de 2006
Tenho uma tontura dentro de mim. Como se fora uma vertigem. Que me embrulha o estômago.
Não sei quem és. Quem eras quando te conheci. Quem és agora? O que és?
Passamos um pelo outro sem nos vermos. Arde silenciosa uma raiva que se anuncia. Um olhar frio. Uma palavra seca. Como chegamos a este lugar ermo, vazio de tudo? Onde nos desencontramos do que sonhamos? Como foi que nos perdemos?.....
Questiono o que somos. Se somos ou já fomos.
Desconheço que me faz continuar. Como se estivesse presa por fios invisíveis. Com nós que não sei desatar. Ainda.
Não sei o que te faz continuar. Mas talvez seja erro meu. Talvez estejas onde é suposto estar. E serei eu quem está a mais. Estou onde não deveria…
Mas a minha teimosia em ficar é igual à tua insistência em negar o desejo que me vá…
E assim continuamos, fantoches de nós mesmos.
Foi assim que quiseste? Não foi assim que sonhei.