abrotea

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segunda-feira, março 29, 2004

Gostava de descobrir o segredo da tua tristeza...
Magoa-me saber-te - sentir-te - infeliz...
Tentas esconder mas não consegues.
Habituaste-te a não mostrar e não sabes ser diferente.
Mas eu sei como estás. Eu sinto a tua dor.
Mesmo quando sorris.
Mesmo quando já não sabes a diferença.
Gostava de poder desvendar a cor dessa tristeza...
Gostava que fosses feliz...
Não te quero ver. Não te quero ler.
Irrita-me a tua existência.
Incomoda-me a tua insistência.
Palavras ditas ao vento.
Inúteis. Sonantes.
Cheias de tudo e de nada.
Repetidas, dia após dia.
Mas sem vontade de mudar.
De que serve a palavra sentida
Se não quer ser diferente?
Se não quer mudar algo?
Que importa o que dizes hoje,
Se o podes repetir até ao fim da vida
Sem que nada possa ou deva mudar?
Que me importam palavras assim?
Para quê perder tempo?

segunda-feira, março 22, 2004

Ainda do medo....

Não me agrada esse teu olhar…
Quem és para achares que me conheces bem?
Pensas que tenho medo! Mas quem te deu direito a pensares sequer, sobre mim?
Nota bem: não tenho medo! Não esse medo que pensas! Talvez tenha outro tipo de medo, aquele que me faz recear gente como tu, aquele que me faz adivinhar gente que contagia, conspurca como tu! Tenho medo sim, mas de acordar um dia e me ter esquecido do que é verdadeiramente importante na vida! De olhar para trás e perceber que fiz concessões a mais e que isso me afastou dos meus princípios, do meu trilho na vida! Disso, sim eu tenho medo….Mas não é só disso, não! Também de não conseguir explicar aos que amo nesta vida, que vão no caminho errado! Tantas horas perdi eu já nesse esforço, sem garantias de que tenha sucedido…Tenho medo, de facto, não de os perder, mas de os ver a perderem-se a si próprios!
E tu, continuas nessa arrogância, nesse ar irónico achando, afirmando que tenho medo! Talvez queiras convencer-me que preciso de ti para não ter medo! Como te enganas tu! E eu, com este meu ar receoso – a expressão é tua! – não te desengano. Deixei de te explicar que estás errado. Cansei-me de te contrariar. Tu não sabes, mas não te dou luta porque me concentro apenas em perceber como te tirar da minha vida. E, devagar, todos os dias, vou percebendo melhor quem és, como és. Sei já as tuas fraquezas. Sei onde falhas. Mas não me interessa atacar-te. Somente saber como és. Deixarás de me incomodar porque te colocarei no rol dos identificados e não importantes. Enquanto pensas que me vais enganando, manipulando o pensamento, arrastando para o teu lado, eu vou-te iludindo nesse teu querer. E vou-me alimentando, fortalecendo porque um dia precisarei de forças para voar para longe de ti! Ou para te afastar de mim. Vou percebendo que o que te faz parecer forte é no fundo a tua fraqueza. Mais do que eu, tu tens medo de estar só. Porque só, não tens poder. E tu precisas respirar poder. Não pelo bem dos outros mas porque a tua alma secará sem isso. O teu ego encarquilhará para sempre e desaparecerá.
E por isso, amedrontas os outros, convences o mundo de que precisam de ti, de que sem ti estarão perdidos.
Como te enganas! Como me rio de ti sem que tu vejas! Como desprezo essa tua forma de ser! Como és insignificante nessa tua arrogância! Como te aniquilarei sem que percebas como aconteceu! Tenho até pena de ti. És infeliz por escolha. Serás para sempre infeliz. Mas não é minha missão fazer-te feliz. O meu destino apenas cruza com o teu neste infeliz desencontro. Até nunca mais…

segunda-feira, março 15, 2004

Bom dia Sol!
Bom dia Vida!
O meu bom dia ao mundo que hoje desperta!
Um bom dia recheado de sorrisos!

sexta-feira, março 12, 2004

...

Pior do que ter medo de alguma coisa é ter medo de dizer que se tem medo. Não poder partilhar esse receio por se saber que o medo é irracional e portanto que pode não ter fundamento. E por isso, quando contamos a alguém que temos medo disto ou daquilo, corremos sempre o risco de se rirem, gozarem ou nem prestarem atenção. E isso, não diminui a dimensão do medo que sentimos. Torna, isso sim, mais pesado aquilo que se sente. Porque de vezes futuras, terá de se ter medo em solidão. Medo de alguma coisa e medo do próprio medo.

terça-feira, março 09, 2004

Como se desliga o pensamento?

Como se desliga o pensamento?
Todos os dias ouço não penses nisso, não penses naquilo, não te incomodes, não estejas sempre a pensar nas coisas, o teu mal é que pensas muito, pensas demais. Talvez devesse ter nascido burra, para descanso de todos!
Como se desliga o pensamento? Porque eu não sei deixar de pensar. Todos os minutos e segundos do dia, me encontro a pensar. Mesmo quando converso com alguém, quando ouço alguém. Mesmo quando pareço alheada do mundo. Desconfio que mesmo quando durmo. Porque acordo de manhã com coisas, ideias novas na minha cabeça. Mas pensar não me incomoda. Chateia-me um pouco pensar rápido e a minha mão não ser capaz de acompanhar o pensamento e não ser, por isso, capaz de escrever tudo o que penso. Mas não me incomoda pensar. É algo tão inerente, não natural que é até estranho pensar que existe alguém que não pensa. E não pensará mesmo? Não sei. A mim dizem-me que tenho de tentar não pensar tanto. Que por pensar sobre as coisas, me incomodo com o estado do mundo, com a falta de princípios das pessoas e tantas outras coisas. Dizem-me para não pensar, mas nunca fui pela cabeça dos outros. E se me ponho a pensar nisto que me dizem, concluo que não estou errada em pensar. Porque as coisas devem ser de uma maneira e não é bom encolher os ombros e deixar de se importar. Porque não é assim que as coisas devem ser. Não é assim que eu quero ser. Recuso viver assim. E por isso, penso também que, quando me dizem que seria melhor para mim não pensar tanto, concluo que não é essa a verdadeira razão para o conselho. Dizem-me para não pensar tanto porque lhes incomoda o meu pensamento, as questões que lhes coloco sobre o que fazem e muitas vezes sobre o que não fazem. Questões incómodas porque não têm uma verdadeira justificação, fundamentada, para me darem. E sabem que não me contento com um porque sim. Porque um porque sim é igual a um porque não, igual a nada, igual a inércia, igual a não ser, não fazer, não existir. E não é para ser um não-ser que teimo em viver, mas para fazer a diferença. Mesmo que seja pouca, mesmo que seja quase “caseira”, tipo coisa de quintal. Desculpem-me a franqueza mas passarei a ignorar-vos nesses pedidos, nessas quase ordens de não pensar. Não me deixarei derrotar pelas vossas fraquezas.

segunda-feira, março 08, 2004

Novos Blogs

Gosto particularmente do blog do Luis G. : www.shedmyskin.blogspot.com
É um orgulho, uma vaidade minha Talvez maior do que a do próprio autor do blog!
Porquê? Porque quando se gosta profundamente de alguém, quando se vê o desabrochar dessa pessoa para o mundo, quando se percebe que as palavras ditas e escritas escondem tesouros, levantam a ponta de um véu, deixam perceber que se aos 17 anos se sente assim, a pessoa em que se está a transformar, que está aganhar forma, será muito bonita! É fantástico! E, de irmã mais velha, para o mano caçula, os meus parabéns! Sentidos, transbordantes de orgulho e vaidade!

segunda-feira, março 01, 2004

Não é ainda um regresso.
Apenas um aviso de que não morri.
Não tenho vontade de escrever.
E por isso, não escrevo!
Sou caprichosa com a vida.
Gosto de fazer apenas o que gosto.
E só quando apetece.
Há mistérios da vida que guardo
E não quero já contar.
Apetece-me saborear um pouco mais,
Acarinhar ainda mais...
Mas não morri!
Não entrei em morbidez!!
Não! Estou antes criando novas formas de vida,
Novos trilhos, experimentando novas sensações.
A seu tempo, as palavras sairão, como explosões de vulcão.
Até breve!